O som do mato

O som do mato traz acordes de esperança
Que nos acalma feito um colo maternal
Sobre seus braços quase volto a ser criança
Nas suas sombras toda rima é natural
     Eu aprendi a escrever ouvindo o rio
     E o som do mato era minha inspiração
     Mas na sua falta nem me anima um assobio
     Reclamo em versos a saudade desse chão
          Me diz senhor como é que eu faço pra escrever
          Se a poesia ficou na costa do rio
          Sou dependente desse modo de viver
          Sem minhas raízes meu caderno está vazio
          Me diz senhor como é que eu faço pra rimar
          Longe do mato para mim é um desafio
          Fecho meus olhos pra poder imaginar
          Porque aprendi a escrever ouvindo o rio
O som do mato é um remédio ao coração
Que nos conecta com as estrelas lá do céu
Antepassados, seres de outra dimensão
Nos ensinando a por as letras no papel
     Nas entrelinhas das palavras que escrevi
     Se esconde o sonho de voltar para esse chão
     Relembro o cheiro do lugar onde eu nasci
     Pra sentir Deus nessa bendita oração