A Missa Do Sétimo Dia
No primeiro dia,
A dor bateu à minha porta,
Eu não quis abrir,
Mas ela invadiu sem permissão
E fez morada no meu coração.
No segundo dia,
A saudade bateu à minha porta,
E eu não quis abrir,
Mas ela invadiu com destreza
E alimentou a minha tristeza.
No terceiro dia,
A falta bateu à minha porta,
E eu não quis abrir,
Mas ela invadiu o meu dia,
E destruiu minha poesia.
No quarto dia,
A depressão me chamou pelo nome,
E eu não quis atender,
Mas ela já estava lá,
Como um anjo a me guardar.
No quinto dia,
Ela me ligou, havia saudade em sua voz...
Ela queria vir me ver,
Mas eu, já sem vida
Do outro lado da linha
Não pude responder...
No sexto dia,
Eu já não mais existia.
E ela se arrependia, e sofria.
Era tudo que eu queria,
Mas sem vida,
Eu nada ouvia, e nem poderia.
E enquanto meu caixão descia,
Eu olhava pra ela,
Mas ela não me via...
E no sétimo dia, houve missa.