GOL DE LETRA

Você mexeu em caixa com marimbondo.

Quando falou que eu só sei atentar.

Na sua área, é difícil de entrar.

Porém, não custa tentar, dando toques de letra.

Sou tão arisco, liso, descompassado,

bato com as duas e sei até cabecear.

Não tenho lá, grande habilidade,

mas pegando na veia é que eu vou lhe mostrar.

Com quantos paus se faz uma canoa.

Com quantas pedras ela pode afundar.

E que perdoe o meu julgamento,

que, a todo momento, faço do juiz.

Estou com pressa de marcar novamente,

assim de repente, como se fosse um bis.

Aquele gol, mal anulado, que eu fiz em você,

já na concentração.

Você se lembra ou estava de costa.

Não tem resposta, ou faltou atenção.

Ao que parece, exímio arqueiro,

todo bom goleiro, um dia cede a pressão.

Tome cuidado com o frango tomado.

Pode ser escaldado e não faz digestão.