No meio da exclusão
Terra que não chove tanto
A cultura é da plantação
Mas quando a lavoura cresce
A cultura enriquece
Porque choveu no sertão
O pássaro canta a canção
O milho amadurece
O povo que tanto merece
Faz festa pra são João
Xote xaxado, baião.
Quadrilha, arraia e quermesse.
Tudo isso resplandece
No luar do meu Sertão
Pinga pra ficar doidão
De um jeito ou de outro agradece
Beatas fazendo prece
Juntando a palma da mão
O terço que faz menção
A cultura que conhece
Tudo ali acontece
Com grande satisfação
No terreiro um capão
Assim que o dia amanhasse
E no almoço favorece
Uma panelada de pirão
Sonhei deitado no chão
E logo me entristece
Que tudo ali permanece
Longe do meu coração
No meio da exclusão
Que nenhum de nos merece
O meu corpo adormece
No meio da multidão.