IRMÃO DE COR



Hoje saí fui ao mercado
Comprar arroz, farinha e pão,
O segurança premeditado
Meu rotulou como ladrão.
 

Seguiu meus passos no mercado
Me dedicou sua atenção
Era também um rotulado
De cor, era meu irmão.
 

Nunca usei terno e gravata
Eleito também nunca fui...
Meu sapato é percata,
Isso não me prostitui.
 
Tenho a cor de asfalto
Evito cometer asneira
Fui criado lá no mato
Meu codinome é capoeira.
 

Tenho cabelo enrolado
Dizem que ele é pixaim
Meu nariz é achatado
Assim eu gosto de mim.
 

Tenho a cor do carvão
Aquecido viro brasa
Da história não sou vilão
Desaforo, não levo pra casa.