MÓVEL VELHO
Como tudo na vida
Uma hora tudo se vai
Da maneira como se ganha um grande amor
Vai embora levando minha paz
Como aquela escrivaninha
Deixada num canto qualquer
E que só serve de aparador
Com coisas que a gente nem quer
Na hora da partida
É somente deixada pra traz
Não existe despedida, nem pudor
O desgaste é mais voraz
Feito descarte da velha mobília
Que carece das mãos de um restaurador
Não é um sofrimento qualquer
Nas mágoas contidas de um desamor
Cadê o amor... acabou!
Não existe mais
Nunca mais... Só resta a dor
E uma lágrima que cai