Chacoalha seu juízo.
Quando o sol chegou...
Já era saudade.
Foi embora o amor...
E a felicidade.
Quem no peito Guarda...
Marcas de alegria.
Olha toda flôr...
Cai em nostalgia.
Quem é gente chora...
Quando há pobreza.
Desdém do amor...
Não sabe a riqueza.
Quando troca a flôr...
A delicadeza.
Vende por dinheiro...
A sua beleza.
Todo homem chora...
Se o diabo carrega.
O rico de amor...
É o rico da terra.
Quem comprou carinho...
Achou falsidade...
Vai na igreja atoa...
Por pura vaidade.
O pobre é feliz...
Tem o lar alegre.
A roda da mesa...
A nobreza serve.
Comprou um amor...
Óh pobre coitado.
A noite vigia...
Não dorme sossegado.
A cobra é matreira...
Quando tem beleza.
Vende a porcaria...
Pensa em riqueza.
Deixa a sua cruz...
Muda até de igreja.
Despreza seu homem...
Pura avareza.
Vai se rastejando...
No chão que é rijo.
Geme no escuro...
Chacoalha seu juízo.