Devaneio

Tudo não passa

De um mero devaneio

De uma mente extasiada

Com o próprio pensamento

Frívolo é o tempo

Escasso improferível

E eu tento me adaptar

A esse tal de conformismo

Insanidade insaciável

É a embriaguez do ébrio

Crepúsculo lusco-fusco

Criado com muito esmero

Inconstante insensato

Um malandro imprestável

Idéias vagas ecoam

Na mente de um lunático

Psique psiquismo

Psíquico psicodélico

Insigne desvelo

Que não é levado a sério

O sarcástico anarquista

Estorvo do capitalismo

Chega a ser irritante

Como o tilintar de um guizo

Estático correndo

Nu com a mão no bolso

Tem a cabeça raspada

Veja seus cabelos longos

A taverna dos meus sonhos

O ápice do meu autismo

Tem um acervo de idéias

Que distorcem o realismo

Pensamentos nada dizem

São restritos a você

Mas quando torna-se público

Poucos vão entender

Censuradores hipócritas

Os que julgam sem saber

Ambíguos por natureza

Aqueles que em nada crê

Mas tem uns que se convencem

De que quase tudo sabem

Sabem esses muito menos

Dos que sabem que pouco sabem

Me dá ânsia de pensar

Nessas pobres almas que vagam

Sem propósito na vida

Que vendem-se por uns trocados

E quando o sol tocar

As flores do seu jardim

Saberá que é um quiproquó

A vida de um arlequim

E a Colombina e Pierrot

Um eterno platonismo

Ele chora seu amor

Por tantas vezes iludido

A nostalgia de um sarau

É como uma sinfonia

Que ele nos proporciona

Com suaves melodias

E minhas rimas lá se vão

Estão elas chegando ao fim

Por isso vou encerrar

Esse papo de botequim

Mas quero deixar bem claro

O que essa música diz

Diz tudo aquilo que não disse

E o que disse mas não quis

Diogo Carmona
Enviado por Diogo Carmona em 09/11/2020
Código do texto: T7107779
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