Flor do Quipá! Só uma poesia não basta.
Flor do Quipá!
Adorável despertas.
Vinda em um véu vibrante
Com as cores cantantes
Que na aurora regressa.
No chão, o riso resgatas
E, sobre o mel de tuas matas,
Trazes céus de promessas.
Flor do Quipá,
Donde vem tua energia?
De um augusto segredo
De quem vive sem medo
De florir com alegria?
Ou da fé que procura
Ver em cada criatura
Sua própria magia?
Flor do Quipá!
És rochedo em carinho.
Tão altiva te elevas
Contra a seiva das trevas
Dos espúrios espinhos.
De teus dedos, o cetim
Traz o gentil jardim
Que já dócil me aninho.
Uma divina vereda
Onde o desejo enseja
Encontrar seu caminho.
Mas dentre almas agrestes
Que de vida tu vestes
Sou mais um passarinho.
Oh Flor do Quipá!
Tão distante tu ficas!
Mais que flor és estrela
Que, numa simples centelha,
Todo o cosmo cativa.
Tão além dos meus olhos
E em celestes abrolhos
Que só o peito te fita.
Mas tens o toque astral
Como o bem universal
Que, a minha alma, edifica.
E finalmente...
Oh Flor do Quipá!
Sua inquebrável leveza de ser
Erigiu fortaleza
Onde a tua beleza
Tem o pátrio poder.
E o perfume que espera
Com a cura das eras
Ensinar-me a viver.
Serás a eterna canção
Que se fez oração
Pro meu sertão renascer.
Oh Flor,
Oh Sabor,
Oh Amor do Quipá!