O MEL DAS COBRAS
Tranquei-me nesse mundo sem juízo
Um mundo que só há lugar pra mim
O nada é eloqüente e exato
Escudo contra qualquer som de fato
Estudei o grande livro do feitiço
Olhei no grande espelho e me induzi
E cobri meu corpo com o mel de trinta de cobras
Qualquer resgate, qualquer salvar soçobra
Tatuei meu corpo com palavras condenáveis
Ganhei vermelhidão no olhar
O sangue em gotas inundando meu rosto
E no espelho o outro cara não estava
Não quero mais nenhum disfarce
Mordido, enraivecido, eu quero encarar
Eu vi o doce mel mostrar toda a culpa