PátriaQueimadaBrasil-ChicoDoCrato-ZilmarWolneyAiresFilhol
ChicoDoCrato-ZilmarWolneyAiresFilho-PátriaQueimadaBrasil
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ChicoDoCrato- Voz, Violão, sintetizador, efeitos, arranjo, mixagem e adaptação do texto de Zilmar Wolney Aires Filho Prof. Univ., Espec. em Proc. Civil; Mestre em Dir. Civil e Doutorando em Dir. Socioambiental)
AosMeusfilhos, Manuel(Oceânografo), Rodrigo(Logística)minhanetinhaValentina, Rafael(Agrônomo)MinhaNetinhaMariaIsadora.
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Bis
O clarão das labaredas ergue-se na madrugada ao longe.
Os estalos da vegetação retorcida pelas chamas
São o grito surdo da flora à matança em série.
Num balé incoerente exsurge a peleja de aves e bichos,
Onde a vida, sem defesa, se exaure no bioma do cerrado,
Sob a égide da incoerência e estupidez humanas.
Os olhos e ouvidos estão lá nas mídias.
Impassíveis, impotentes, atônitos, ou indiferentes
Ao último gemido nas cinzas e carvão do solo sagrado.
Felizmente, nem tudo é purgatório ou inferno de Dante.
Alguns Anjos bons se misturam nas labaredas
E, do fogo ardente, surge o milagre da vida daquilo que se restou
Bis
O sertanejo, o roceiro, perderam o alimento, o abrigo, o labor.
O cidadão urbano herda o eterno remorso pela apatia.
Feiras, armazéns, peg-pags estão sem frutos, hortaliças e cereais.
No chão esturricado não há habitat e nutrientes para a fauna.
O gado perde o pasto, o riacho seca, e os peixes morrem.
O cerrado não é só mato, vegetação pobre, ou rasteira.
Ele é caju, manga, pequi, araçá, murici, mangaba, buriti.
É manancial de rios, riachos, lagoas, queda d´águas, cachoeiras.
A vegetação cerrado vai além da beleza dos ipês.
É a fotossíntese diária pelos angicos, aroeiras, acácias.
E o chão plantação, colheita, moradia e dignidade.
A cada queimadura do terceiro grau neste bioma.
A rede existencial, que interliga o cerrado, se desvincula
Desconectando fauna, flora, rios, peixes, ar e homens.
Bis
A vida, que coexiste no todo, se encolhe e se apequena.
Sem conexões, a sustentabilidade ambiental se fragiliza,
Pois, na rede sistêmica, tudo se une, reflete, e se comunica entre si
Após a chuva, o chão resiliente reergue-se para prosseguir a marcha.
Entre brasas, pó e fumaça, os galhos, ossos retorcidos, estão lá!
Eles serão a eterna imagem do equívoco, incoerência e indiferença.
A vida segue nos planos mineral, vegetal, animal e hominal.
Essas escalas evolutivas são(não) inexoráveis na senda da viagem.
E, na volta à Casa paterna, o bem que se fez será sempre o fiel da balança.