Acabou a prosa.
Não tenho visão...me abre a porteira.
Eu tô sem noção...segura a cadeira.
Tô no avião...e eu dei bobeira...
É gente que fala... é flôr que se cheira ?
O meu égo cala...ela é de primeira.
Essa vida é escola...óh pobre coitado !
Quis bancar o nobre...e ficou prostrado.
Beleza é esnobe...e não dá fiado...
Quer saber dos cobres... é mal arranjado.
Acho que tô pobre...mal encaminhado.
O bote quem deu...foi pura ironia !
Um era Romeu...o outro garantia.
O gato comeu...o que o bobo tinha.
Salvou o que é seu...presente do dia.
Jogou e perdeu...sua companhia.
Agora é desmando... já era a poesia.
Quero ver romance...com louca na pia.
Fome bate a porta...me fala Maria.
Espanta o cristão...aquele que cria...
Dinheiro na não... é a fé do dia.
Não pode tocar...aquela euforia.
Há dor sem amor...busca auforria.
Olha pro labor...falta valentia...
Quer um novo ardor...deixa a cama fria.
Vida sem sabor...onde há covardia.
Eu sei que já deu... cansaço é a prova.
É um amigo seu...eu digo é uma ova !
Decência e valor...o sagrado prova.
Se não há sabor...a honra estrova.
Pode ir amor...acabou a prosa.