O fim receio...
Deserto agora é o meu caminho.
Ninguém encontro...eu sei não sei...
Amigo agora já não tenho...
eu sei que devo ir sozinho.
Como Abraão foi ao Egito...
Enquanto a fome o castigava...
Eu sei o que é dor e é espinho...
a minha fome é proclamada.
Como Jacó foge do irmão...
é pelo tio espoliado...
Assim sou eu já sem ação...
sou um errante condenado.
Como Isaque que mentiu...
com medo a morte que surgia...
Eu sei que agora frágil sou...
a sombra é crua...e muito fria.
Onde será senhor meu fardo...???
Caminho certo de aflição ???
Do pão terei o meu bocado ?
Existe ainda condição ?
Outrora quantos me abraçaram...
Se riam amigos em minha mesa...
Hoje a mesa é atrás das portas...
Já não espero sobremesa...
O inferno veio...
o céu não passa...
O fim receio...
como que eu faço ?
Não há amor...
Foi se amizades...
Perigos vejo...
Quantas saudades.