VELHO BRISADO

Eu sou um velho brisado

Dotado do emaranhado

Presente do tempo passado

Eu vou deixar o seu lado

Pra não gastar teu perfume

Com o meu corpo fechado.

Eu tenho um velho ditado

que funciona como lume

que já tomei por ditame:

“Se quiser fumar que fume.

E o resto todo se dane

Tome cuidado com estrume.

Não fume com quem não ame.

Coszomis tenha cuidado

Pra não esfregar teu perfume

no chute de algum soldado."

Nunca seja domesticado

Nunca bata continência

Tente manter-se dotado

Da tua paz em essência

Feito o yogue num cume

Tão só que tudo reúne

Sobre o todo do habitado

Virou seu próprio perfume

Que exala o corpo imune

à correção e ao pecado.

Eu sou um velho brisado

Dotado de um emaranhado

Presente do tempo passado

E como estamos conversados

As vezes crio uns costumes...

Falta me faz teu perfume

Entre o floral e o almiscarado.

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Sérgio de Paula
Enviado por Sérgio de Paula em 10/08/2020
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T7031877
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