Rapha Marcelino - Levitar (Parte II)
Vibrar a carne morta p’ra que o sangue corra e nade
Mas hoje o charme nota estar num canto confinado
Os olhos só se fecham, esta minha terra não dorme
E esta posse deixa a sativa em guerra na fome
É muita matéria q’eu não cedo desta casa
Escorbuto, bactéria, lá tu cedo és carcaça
Sentimentos, algo pára, nem vi berço ao que marca
Sem mim mesmo, almofada eu enriqueço mal de nada
A cara mascara, não passa ‘ma marca da clara fachada mas nada tem ido perto
Ampara-se a carga na tara tão rara, chapada das raras afasta-se em finesse
As áreas aclaram das águas passadas nas claras amarras mascadas sem chiclete
P’a dar a grande arma, batalha tão clara travada p’la garra, azar p’a quem vive bué
… O tempo voa e nunca sai
Eu tenho isso em pessoa e sempre soa a uma mais
Champanhe sente sombra ou a gente boa luta e vai
Empenho quente, porra e a mente toda empurra abaixo
Tanta linha ténue, cada marca marca tudo
Corpo ainda trémulo, e essa faca, eu já engulo
Luta na via, mas muita quantia p’ra uma razia, bruh, por fantasias vãs
Tu paralisas na gruta c’a linha grande, estudas a piranha, no canto abrir p’a canto
Tão raras as rotas novas, não abras a porta agora
Chanfradas à nossa volta, vão marcas da aurora morta
É que tanto que vai ser, é uma vacina bem cara
Sinto o THC sem medicina dentária
Aqui são bués ruas, nunca tentei o registo
Vejo mulheres nuas, mas eu é que sei o que dispo
E esta cara linda trava a língua e beija os outros
Nesta saga fica a marca qu’ inda deixa aos poucos
Cem porcento sem perdão, sente os centros em mansão
Cedo sento a sensação, sensatez eu sei, mas não
Cedo o senso e aceitação, cena sempre icei p’ra chão
Seres ausentes, eis a mão, ser presente aceita então
Tou feito nessa chaga, tenho uma sede de vampiro
E aceito peças raras sem cunha e sempre tranquilo
Mas eu sou mentiroso se a cabeça vai p’ó céu
Pois nunca senti osso que mereça mais chapéus