A Casa em Saturno nº 2

Estou no jardim de minha casa

Eu carrego a taça

Duas luas, em mim, opostas

Recolhem os selos em minhas costas

No horizonte, eis tu, astro,

Senhor do eterno oeste

Há algo sobre a mesa,

Camuflando sua surpresa

Saturno, é outubro

O meu inverno não transmuta

Não bastará meu sono

Minha água não comuta

Então, em forma dissoluta,

Em razão de 3 por 4,

Sua peçonha escura

Golpeia o vermelho a lustro

Sol, o caçador está caído,

Fatalmente entorpecido

Estranho, não reconheces esta face?

Não éramos iguais em nossa carne?

Não vem chegando a minha hora?

Não vens abrindo a minha porta?

Jamais vi ventos tão violentos,

Ao menos, nunca em minha primavera

Saturno, é outubro

Por que meu inverno não transmuta?

De que valem minhas palavras

Neste inferno da minha culpa?

H Reis
Enviado por H Reis em 12/05/2020
Reeditado em 12/05/2020
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