A Casa em Saturno nº 2
Estou no jardim de minha casa
Eu carrego a taça
Duas luas, em mim, opostas
Recolhem os selos em minhas costas
No horizonte, eis tu, astro,
Senhor do eterno oeste
Há algo sobre a mesa,
Camuflando sua surpresa
Saturno, é outubro
O meu inverno não transmuta
Não bastará meu sono
Minha água não comuta
Então, em forma dissoluta,
Em razão de 3 por 4,
Sua peçonha escura
Golpeia o vermelho a lustro
Sol, o caçador está caído,
Fatalmente entorpecido
Estranho, não reconheces esta face?
Não éramos iguais em nossa carne?
Não vem chegando a minha hora?
Não vens abrindo a minha porta?
Jamais vi ventos tão violentos,
Ao menos, nunca em minha primavera
Saturno, é outubro
Por que meu inverno não transmuta?
De que valem minhas palavras
Neste inferno da minha culpa?