Um homem frio um dia de sol

Mãos calejadas corpo cansado,

Um homem frio um dia de sol.

O mundo já vingou o seus pecados,

a terra batida seus passos só,

o caminho segue em seus pés descalços,

não há mais lágrimas pra chorar,

em seu corpo não há mais espaço,

toda miséria tomou seu lugar.

Livre dos olhos da mente sã,

um jeito de ser universo fechado,

a escória espera em seu divã,

para ouvir o desabafo calado.

A morte chega nas sombras da vida,

a noite vem justiça se faz,

ele enxerga bem longe sua vida afastada,

por um devaneio investida sagaz,

aqueles olhos que viram de tudo,

a pobreza que tinham sendo roubada,

seu próprio deus abastado de lucros,

num paraíso suspenso em farsas.