Os alquimistas afundam

Eu fecho os olhos e vejo

o mundo afundar.

Tanta gente está sofrendo

apodrecendo em seu lar.

Eu vejo as barbáries do homem

em seu próprio habitat.

Ele só vai sentir saudades

quando tudo afundar.

É o veneno da verdade

que se opõe à realidade,

do inferno em questão.

É a riqueza do alquimista

que em seu sonho idealista,

quis ver ouro em suas mãos.

E choram os ratos podres e sujos

que vivem no esgoto à margem do poder.

Agora eu abro os olhos

e observo em silêncio

uma flor e seus espinhos

que acabam de brotar,

é a esperança do homem

que não cansava de lutar.

O rei perdeu sua coroa até cansou de procurar

e vamos ser o que podemos,

fazer tudo que quisermos,

enquanto ele não achar.

Nós somos todos iguais procuramos a paz,

choramos sempre a mesma dor,

mas o homem não se satisfaz

ele sempre quer mais,

já não adianta,

o ouro perdeu o seu valor.