Sinfonia da Balbúrdia

Sentado no meu mundo sem ninguém pra me escutar

Sem nada pra fazer ou motivos pra pensar

O tédio me ensurdece, me entristece, me esvai

A vida passa em ponteiros e lá fora o tempo cai

O que me resta nessa noite? A bebida já não está

Sem cachaça ou feijoada ou nada pra cantar

As letras ficam soltas sem razão para escrever

Um delírio, uma pergunta, uma dança de ballet

Ouço ruídos e não vozes

Ouço as teclas a soar

Sinfonia da balbúrdia

E o silêncio do amanhecer

Meus dedos correm rápidos como o som de um violão

Notas perdidas no espaço mas nunca tocadas em vão

O poder em minha pele, a adrenalina em meu ser

Morremos porque vivemos ou trabalhamos pra morrer?

Nada me consola, nem a dor ou o prazer

Luzes na cidade, flores, uma cruz em minha tv

Não creio mais no Flávio ou nos livros da estante

Paro atrás de manequins e espero que a fila ande

Ouço ruídos novamente

Ouço as portas a ranger

Sinfonia da balbúrdia

E o silêncio do amanhecer

Naka Dertonio
Enviado por Naka Dertonio em 05/05/2020
Código do texto: T6938075
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