O BÊBADO E O EQUILIBRISTA

Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos

A lua, tal qual a dona de um bordel

Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel

E nuvens, lá no mata-borrão do céu

Chupavam manchas torturadas, que sufoco

Louco, o bêbado com chapéu-côco

Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil

Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete

Chora a nossa pátria, mãe gentil

Choram Marias e Clarices no solo do Brasil

Mas sei, que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente, a esperança

Dança na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha pode se machucar

Azar, a esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista tem que continuar

Compositores Aldir Blanc & João Bosco

Obs: esta musica tonou-se hino da anistia que viria a permitir o retorno de muitos asilados que foram na época obrigados a deixarem o país para não morrerem nas mãos de ditadores assassinos tão idolatrados por este senhor que hoje ocupa o cargo de inquilino provisório do palácio do planalto, simplesmente por se oporem e não os reconhecerem como legítimo um governo os golpistas entre 1964 e 1985; Grato Aldir Blanc por todo legado que nos deixa descanse em paz nobre mestre das letras.

Aldir Blanc e João Bosco
Enviado por Poeta do Nordeste em 04/05/2020
Reeditado em 04/05/2020
Código do texto: T6937609
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