Crianças e Estrelas
Como vocês conseguem
Ser tão presos em seu tempo?
Para trás e para frente a reta é tão grande
Mas vocês só querem saber
Desse minúsculo ponto no meio
Desta fração de milésimo
Este infinitésimo
Que você habita
É isso que você chama vida?
É prático
Como tudo que faz mal
É estático
Tornar algo tão normal
É sádico
Brindar à morte do potencial
Vamos brincar de ser
Brincar de seguir a vida como é e sempre foi
Brincar de não querer saber
Brincar de seguir papel,
Para pagar o aluguel
Vamos brincar de olhar para o céu
E fingir
Que é só o céu
No poço da ignorância a água é amarga
E o odor que de lá exala
É a podridão da alma
E a vala é muito larga
Mas água suja já não me farta
Escuta bem
E fala
Pois quem cala consente
E assim não sente
Quando a mente
Antes do coração
Para
Vamos brincar de ser
Brincar de seguir a vida como é e sempre foi
Brincar de não querer saber
Brincar de seguir papel,
Para pagar o aluguel
Vamos brincar de olhar para o céu
E fingir
Que é só o céu
Como te cegam quando cresces?
Quando ficou tudo tão normal
Que teus desejos viraram preces?
Onde está o real
Na fantasia que tu vestes?
Ó menino, menino
Não me pede para virar adulto
Não me pede para aceitar tudo
Não me pede para virar um vulto
Do que fui
Ou pior, de quem
Eu podia ser
É prático
Como tudo que faz mal
É estático
Tornar algo tão normal
É sádico
Brindar à morte do potencial
Vamos brincar de ser
Brincar de seguir a vida como é e sempre foi
Brincar de não querer saber
Brincar de seguir papel,
Para pagar o aluguel
Vamos brincar de olhar para o céu
E fingir
Que é só o céu
Qual é o limite do saber?
Até onde se pode crescer?
Como entendo o quanto não consigo entender?
Antes ou depois
De o peso da minha ignorância me fazer
Ceder
Eu entendo seu medo
Mas não quero ser como você
Olha só o céu
Onde está tudo que eu quero saber
Vamos brincar de ser