Duplo sentido

Calou-se a voz, e também o poema
E calou Iracema, no meu ninho de amor, de amor…
Meu peito, está tão magoado
Porque sofre calado, e não é faz de conta
E fico decerto, seguindo meu samba
Nestes versos dolentes, construídos sem pompa…
É deleite sentido — momento
Vê se escutas meu canto sem 'onda'
Sabem bem que eu sou o pavio
E você é a bomba
Outro duplo sentido, confesso
Entrelaças aqui nos meus versos
Mais um tempo comigo, te peço
Sob, os lençóis da cama…

Se no verso e reverso do verso
Ou se noutro sentido é o que conta
Eu serei, sempre, sua corda
E tu serás a caçamba.

Se no verso e reverso do verso
Ou se noutro sentido é o que conta
Eu serei, sempre, sua corda
E tu serás a caçamba.

Eu sou a corda
E tu és a caçamba.

Paulo Cesar Coelho e José Silveira
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 02/04/2020
Reeditado em 18/12/2023
Código do texto: T6904730
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