FREUD EXPLICA ATÉ O QUE NÃO SE EXPLICA

Falou, falou...

E de novo falou...

Mas não convenceu ninguém lá na Favela

Falar sobre o povo sofredor

Do afinco, do amor...

Sem a nossa tutela...

É como um doutor que na África chega

E ao misturar manteiga, geléia e nutela

Blá, blá, blá, de maneira pelega

Sobre a causa negra e esquecer do Mandela

Quem sou eu pra falar do Senhor

Renomado doutor

Todo dia na tela...

Mas Malandro é malandro, ouça o que eu tô falando

Você escorregou na primeira pinguela

Bom pesquisador quando fala de Samba

Teme turumbamba, age até com cautela

Porque sabe que ao compositor

Pra falar desse amor, basta abrir a janela

Ô doutor, só pra sua ciência

Bote mais ciência no seu blá, blá, blá...

Vem pro Samba, vem sentir o Samba

Algo que a ciência não pode explicar

E ao sentir o que não se explica

Você vai querer até mudar pra lá...

Já que Freud explica até o que não se explica

Bem mais facilmente "cê" vai se explicar!

Mas desculpe, se ignorância...

Pedância, arrogância ou qualquer outra ânsia...

É que vivo aquilo que vivo

Vivo, e, desde criança, nessa militância

Freud explica até o roncar da cuíca

E também quem critica o que foi criticado

Essa vai pro CD em homenagem a você

Eu, Paulo Doro e Aloísio Machado

Paulino Neves e Paulo Doro e Aloísio Machado
Enviado por Paulino Neves em 23/02/2020
Reeditado em 24/02/2020
Código do texto: T6872578
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