FREUD EXPLICA ATÉ O QUE NÃO SE EXPLICA
Falou, falou...
E de novo falou...
Mas não convenceu ninguém lá na Favela
Falar sobre o povo sofredor
Do afinco, do amor...
Sem a nossa tutela...
É como um doutor que na África chega
E ao misturar manteiga, geléia e nutela
Blá, blá, blá, de maneira pelega
Sobre a causa negra e esquecer do Mandela
Quem sou eu pra falar do Senhor
Renomado doutor
Todo dia na tela...
Mas Malandro é malandro, ouça o que eu tô falando
Você escorregou na primeira pinguela
Bom pesquisador quando fala de Samba
Teme turumbamba, age até com cautela
Porque sabe que ao compositor
Pra falar desse amor, basta abrir a janela
Ô doutor, só pra sua ciência
Bote mais ciência no seu blá, blá, blá...
Vem pro Samba, vem sentir o Samba
Algo que a ciência não pode explicar
E ao sentir o que não se explica
Você vai querer até mudar pra lá...
Já que Freud explica até o que não se explica
Bem mais facilmente "cê" vai se explicar!
Mas desculpe, se ignorância...
Pedância, arrogância ou qualquer outra ânsia...
É que vivo aquilo que vivo
Vivo, e, desde criança, nessa militância
Freud explica até o roncar da cuíca
E também quem critica o que foi criticado
Essa vai pro CD em homenagem a você
Eu, Paulo Doro e Aloísio Machado