Ecos - Verdades às Avessas - XXXVII
Não que a
poesia seja
bela, sois vós,
meu doce amado,
que aprendeu
a ler além dos véus,
a ver além dos céus,
a ser além de vossos pesares;
não somos mais
os mesmos meninos
descalços,
nossos calos, agora,
usam sapatos pretos
e nossas lágrimas
são polidas com
nossas perspicácias.
Não que a
poesia seja
bela, sois vós,
meu doce amado,
que aprendeu
a ler além dos véus,
a ver além dos céus,
a ser além de vossos pesares;
e se o vento
nos ensina a cada
dia uma nova canção
é porque aprendemos
a ser mais que nossa
frágil ilusão;
além dos véus,
além dos céus,
ser além de vossos pesares,
meu doce amado,
nossos sapatos são
tão pretos...