Ecos - Verdades às Avessas - XXXVII

Não que a

poesia seja

bela, sois vós,

meu doce amado,

que aprendeu

a ler além dos véus,

a ver além dos céus,

a ser além de vossos pesares;

não somos mais

os mesmos meninos

descalços,

nossos calos, agora,

usam sapatos pretos

e nossas lágrimas

são polidas com

nossas perspicácias.

Não que a

poesia seja

bela, sois vós,

meu doce amado,

que aprendeu

a ler além dos véus,

a ver além dos céus,

a ser além de vossos pesares;

e se o vento

nos ensina a cada

dia uma nova canção

é porque aprendemos

a ser mais que nossa

frágil ilusão;

além dos véus,

além dos céus,

ser além de vossos pesares,

meu doce amado,

nossos sapatos são

tão pretos...

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 16/01/2020
Código do texto: T6843570
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