Amor líquido
Tenho um amor roubado de namoradas.
Tenho um amor cigano dessa estrada.
Aceno carona prum amor líquido.
Fixo meus beijos bem na entrada da fachada.
Figurinhas carimbadas do meu álbum de sabor.
Salivas, mordidas;coisas do que chamam amor.
Mas não me entrego por inteiro.
Sou dose incerta caindo a contra-gotas.
Só faço segredos ao meu travesseiro.
Faceiro amor que vive a trocar de roupas.
Solidão, que nada!
Solidão, que nada!
Dizem que a maçã mais doce é a mais alta.
Por isso, cortei as asas do meu cupido.
Virei bandido das causas do bem.
Roubo das ricas e me dou as pobres.
Travesseiro,
o meu pensamento voa!...
Que mal tem? Oh, meu bem!
Eu tenho sorte, estou aqui de boa!
Que mal tem? Oh, meu bem!
Solidão, que nada!
Solidão, que nada!
Autor:
Francisco de Assis Dorneles