CANTO SAMBA DESDE MOLEQUE

Canto samba desde moleque

E dar volta no beque ainda é meu ofício

Zagueirão deu tanto na trave

Que bateu a nave hoje mora no hospício

Sagrada rima que vem lá de cima

No bit, no clima como quem não quer nada

É quem me tira do veneno

Desde pequeno sou da madrugada

Sou da madrugada, da cerva gelada,

Da linha de frente...

Vendinha, Maloca, biboca, quebrada, bocada...

Onde tiver meu quente...

Eu socorro quem pede socorro

E ajudo no morro qualquer ser vivente!

Mas se jogar pedra na cruz

Perde o gato da luz

E uns três, quatro dentes!

Sambandido, sambembolado...

Sim ou não rotulado o meu Samba tá aí...

Vem do tempo em que o bute era bico fino

Calça boca de sino e Britão Devanir...

Era vivo e lá na prefeitura

Trazia as gravuras pra gente curtir

Desde o tempo do Tio Miro

É do Samba que eu tiro o meu "faz-me-rir"

O que criticava o meu bute branco

No primeiro tranco cantou pra subir...

E sobre o florido da minha camisa

Pro ladrão de brisa é que eu pus essa aqui...

Estilo palhaço de folia de reis

Trinta e nove por três: olha é só dividir

É truta do que diz que eu canto pro Santo

Essa foi por enquanto a melhor que eu ouvi

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 06/12/2019
Reeditado em 20/12/2019
Código do texto: T6812265
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