CANTO SAMBA DESDE MOLEQUE
Canto samba desde moleque
E dar volta no beque ainda é meu ofício
Zagueirão deu tanto na trave
Que bateu a nave hoje mora no hospício
Sagrada rima que vem lá de cima
No bit, no clima como quem não quer nada
É quem me tira do veneno
Desde pequeno sou da madrugada
Sou da madrugada, da cerva gelada,
Da linha de frente...
Vendinha, Maloca, biboca, quebrada, bocada...
Onde tiver meu quente...
Eu socorro quem pede socorro
E ajudo no morro qualquer ser vivente!
Mas se jogar pedra na cruz
Perde o gato da luz
E uns três, quatro dentes!
Sambandido, sambembolado...
Sim ou não rotulado o meu Samba tá aí...
Vem do tempo em que o bute era bico fino
Calça boca de sino e Britão Devanir...
Era vivo e lá na prefeitura
Trazia as gravuras pra gente curtir
Desde o tempo do Tio Miro
É do Samba que eu tiro o meu "faz-me-rir"
O que criticava o meu bute branco
No primeiro tranco cantou pra subir...
E sobre o florido da minha camisa
Pro ladrão de brisa é que eu pus essa aqui...
Estilo palhaço de folia de reis
Trinta e nove por três: olha é só dividir
É truta do que diz que eu canto pro Santo
Essa foi por enquanto a melhor que eu ouvi