A Faca
Sobe o miasma do que já se acusava
Transpira às frestas dessa porta escancarada
Talha na pedra com suas unhas de gata
Misericórdia à ferida salgada
Derruba da estante a prata
Faz derreter o mal na máscara
E, quando, no fim, o dia acaba,
Retem a estranha posição de faca
Cresce ela incrível de peçonha na cauda
Esconde os olhos, então o jogo e a fala,
Quarteja torto a todo inocente na ala
Remenda de volta doutro coração de traça
Cai, de repente, a cerâmica estraçalha,
Um corpo gelado que cobre a sala
E gritam doidos desde lá da porta,
Mas já vai bem longe o sicário fantasma