Virtude
Chegam sempre após arautos e flâmulas
E em suas fortalezas lá estão
Três cetros, três espelhos dizendo
O que todos queriam ouvir
Enquanto estes dormem outros já labutam
Três olhares em meio à escuridão
Pelos campos o suor do seu rosto
E à noite, exaustos se vão.
Aonde está a virtude do orgulho
Se humilde é a sabedoria?
Nos palácios, sorrisos forçados
Nos casebres, suspiros de amor
Quem trará sabedoria
Aos tronos de esplendor?
Se não os fartos na miséria
Forjados em meio à dor.
Os mais dignos dos tronos
Não são propriamente os reis
A sabedoria mora
Com o humilde camponês
E não com os reis.
Três reis com seus egos feridos
Em ira, tomaram decisão
Por sua casa e pela honra de seus reinos
À guerra, uns contra os outros irão
Três vizinhos medem suas fazendas
Entre eles, um dilema enfrentarão
Em acordo decidem que a paz
É melhor que um pedaço de chão.
Aonde está o valor dos orgulhosos
Que por honra travam batalhas?
Três reis foram mortos em combate
Três camponeses em suas casas estão.
Quem trará sabedoria
Aos tronos de esplendor?
Se não os fartos na miséria
Forjados em meio à dor.
Os mais dignos dos tronos
Não são propriamente os reis
A sabedoria mora
Com o humilde camponês
E não com os reis.