A Verdadeira Fé

Com a mão calejada,
O corpo cansado, suado.
João carpia.
Carpia a terra árida, sem vida.
E João sabia!
Não daria frutos
Às sementes que plantaria.
Mas, mesmo assim João carpia.
Olhava o céu à procura de chuva!
E nem nuvens havia.
E João carpia.
Seus pés sangravam, as mãos doíam.
E João carpia...
Tendo no coração a fé,
Sua grande guia.
Que à chuva viria aguar as sementes.
Aquelas que lhe alimentariam.
E João esperou...
Esperou...
Mas a chuva não veio!
O tempo passou...
João morreu...
Morreu e deixou a semente.
O fruto do seu amor!
Para carpir a terra árida que lhe negou
O fruto das sementes que plantou.
Com a certeza que ela vingaria.
E João lá do céu sorriria!
Olhando o fruto da semente do amor,
Que plantou enquanto vivia!
Colher os frutos...
Que sonhou colher um dia...

Luiz Carlos