Através da cela da prisão

Meu filhinho amado

Já faz muito tempo

Que perdi a razão

Numa cela escura e fria

Quase cego e surdo

Tocou-me o coração

Quando que por uns

Instantes ouvi uma breve canção

Que do longínquo soava

Naquele momento

Chorei,um choro

Lágrimas derramadas

Por muito que perdi

Ao soluçar tive a certeza

Que a história por aquela

Melodia a contar

Tratava-se da vida que deixei

De ter

Peço perdão todos os dias

De minha vaga vida

Pelo abandono que

Causei

A tristeza me rodeia

Aos quatros passos que dou

Na cela onde estou

E o arrependimento de não

Ouvir os conselhos de sua

Pobre mãezinha

Que muito me alertou

Quando das amizades

Incertas

O triste fim nos levou

Filhinho querido

Onde você estiver

Se puder

Perdoe-me por favor

Perdoe este pobre velho

Que só ao final de sua

Vida

Compreendeu o verdadeiro

Sentido do viver

Perdoe-me,perdoe-me por favor...

Nada mais me resta a não ser

Ouvir o seu perdão.

Mirão da Estrada

Mirão da Estrada
Enviado por Mirão da Estrada em 30/09/2007
Código do texto: T674354
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