Através da cela da prisão
Meu filhinho amado
Já faz muito tempo
Que perdi a razão
Numa cela escura e fria
Quase cego e surdo
Tocou-me o coração
Quando que por uns
Instantes ouvi uma breve canção
Que do longínquo soava
Naquele momento
Chorei,um choro
Lágrimas derramadas
Por muito que perdi
Ao soluçar tive a certeza
Que a história por aquela
Melodia a contar
Tratava-se da vida que deixei
De ter
Peço perdão todos os dias
De minha vaga vida
Pelo abandono que
Causei
A tristeza me rodeia
Aos quatros passos que dou
Na cela onde estou
E o arrependimento de não
Ouvir os conselhos de sua
Pobre mãezinha
Que muito me alertou
Quando das amizades
Incertas
O triste fim nos levou
Filhinho querido
Onde você estiver
Se puder
Perdoe-me por favor
Perdoe este pobre velho
Que só ao final de sua
Vida
Compreendeu o verdadeiro
Sentido do viver
Perdoe-me,perdoe-me por favor...
Nada mais me resta a não ser
Ouvir o seu perdão.
Mirão da Estrada