Do Lençol e a Janela
Quando você quer a sinfonia perfeita
Da música que você nunca ouviu
A conversa e o ombro
Do amigo que você ainda não conheceu
Ou talvez você já teve
E não lembra onde colocou
Lá no fundo da gaveta de memórias
Enrolada num cobertor
Atado em nó
Cheirando a pó
É o que você quer ou você só se sente só?
E o lençol no qual você guardou
Serviu de casulo
E quando você abre vê que é maravilhoso
O tempo agraciou e melhorou tudo
Você não quer mais presentes
Eles são tão tediosos
Perto do seu reachado
Pois qualquer presente não será
Tão bom quanto era
Assim como o que era nunca foi
Tão bom quanto o que veio antes
Olhe só que deselegante
Viver nesse tormento
Você está pálido
Seu rosto está sem cor
O que você tem? O que você tem?
Você está amargo
Seu mundo está sem cor
O que você não tem? O que você não tem?
Então guarde seu lençol bem enrolado novamente
Veja que bem à sua frente
Há uma janela vedada
Que não se pode ver do outro lado
E é lá que você busca seu amparo
Afinal você ainda não conheceu
A melodia que tanto procura
Nem o amigo perfeito
Aquele seu par certeiro
Que te ajudará em toda luta
Claro, o lençol não foi tão bom quanto parecia
Mas o que há do outro lado com certeza será
Quando você finalmente conseguir
Destravar o trinco, abrir e olhar
Afinal se você não faz nada a respeito
A tendência é melhorar
Certo?
Espera...
Você está pálido
Seu rosto está sem cor
O que você tem? O que você tem?
Você está amargo
Seu mundo está sem cor
O que você não tem? O que você não tem?
Você está pálido
Seu rosto está sem cor
O que você tem? O que você tem?
Você está amargo
Seu mundo está sem cor
O que você não tem? O que você não tem?
São dois filmes maravilhosos
Você editou muito bem
Mas não estão muito realistas
Isso me incomoda
Você cortou as partes ruins
Detalhe crucial na história
Como se não fizessem parte da trama
Assim tirou todo o drama
Faltou a construção de personagem
Todos os problemas você deletou
Assim não fica realista
Assim não tem graça
Aceite os presentes
É tudo que você tem
É tudo que você tem