PRIMITIVO AMOR
Leve tudo que você puder levar
Nas veias, na pele, na mente, nas mãos, no espírito, em qualquer lugar...
E quando estiver na rua
Ou no banheiro sozinha e nua
No turbilhão do tempo
Das lembranças você vai entrar
Vai voltar antes dessa vida
Quando tudo começou
Primeira dúvida
Um corpo com outro se encontrou
E se desencontrou todo equilíbrio e paz
Nas nossas gargantas calma e dor
Nos nossos espíritos um pouco da vida parou
Deuses em queda livre tocando o chão
Anjos e demônios confusos na multidão
Tudo se distorcendo
Mas o sol não se apagou
Enquanto tentávamos descobrir o que é o amor
Leve tudo que você puder levar
Nas veias, na pele, na mente, nas mãos, no espírito, em qualquer lugar...
E quando estiver na rua
Ou no banheiro sozinha e nua
Na reencarnação você vai lembrar
O teu mundo vai parar
E faltar ar nos pulmões
A ferida vai abrir
E as cicatrizes vão sangrar
Você vai pingar gota a gota sangue e suor
Vai socar e quebrar tudo ao seu redor
Teu mundo se expandiu
Livre e presa
Dicotomias de amor
Mas não adianta cortar os pulsos
Nem pular do vigésimo quinto andar
A morte não pode te fazer mal nenhum
Em nenhum tempo ou lugar
Pode tentar cobrir
Pode tentar apagar
Fazer esse movimento até os Deuses se cansarem
Inutilmente
Mas de nada
Isso vai adiantar
Porque eu estou tatuado do espírito ao coração
Nas veias, na pele, na retina, nas unhas das mãos
Pra sempre em você
Da mesma forma em mim
Esse louco e primitivo amor
Dos Elíseos ao infinito
Esse louco e primitivo amor