Vazio

Desde o primeiro pedido, seu olhar implorando, seu corpo caído, as lágrimas desaparecidas, sua alma faminta, me vi diante da minha dor, da morte que brincava com minhas forças. Dois copos, nos uniam, um remédio que abria nossas feridas, meu desespero refletia em seus gestos, uma despedida, sem lápide que contasse a desesperança no próprio amor, da falta de amor. Deixamos de nós amar, deixamos de viver, aceitamos a mentira de que meu sorriso seria maior que o seu. Talvez o tempo, a história, a lembrança venha provar o que deveríamos ter tido como instante de graça, a graça de sermos grandes apesar de tão pequenos. Agora jaz, sem lápide ou flores, um amontoado de fatos que sequer compuseram uma história digna de louvor.