Primordial
Imaginei um som primordial
Extraído do couro curado de um bisão
Tempos do invisível sobrenatural
Um impulso involuntário
Como o que faz pulsar o coração
No deserto das noites mais azuis
A escassez sempre foi nosso molde
A fartura não satisfaz, mas é só o que seduz
Olhos grandes e bocas pequenas
A grama mais verde do vizinho
Nada é perfeito sem problemas
É um instintivo medo de ficar sozinho
Sem ninguém pra ouvir seu batuque
Sem tribo e banido do seu povo
Sem carro, grana, esquemas ou truques
Somente a garganta seca e a sombra do corvo
Temos que sobreviver a esses dias
Reencontrar nossa gênese
Temos que alimentar nossas crias
E garantir novos êxtases