Poeta que muge

Eu sou

Mais um poeta que muge:

Amurrrr!!!

Eu sou

Mais um poeta que muge

Amurrr!!!

Sou essa obra

Uma massa de manobra

Sou um pássaro

Uma cobra

Uma água em sua mão

Buquê de flores

Arco-iris sem as cores

Sou as cenas de terrores

Que saem da televisão

Eu sou

Mais um poeta que muge:

Amurrrr!!!

Gotas de idéias que abrandam minhas dúvidas

Que afagam minhas dívidas

Minhas fugas pra pensar

Eu sou refém de tua descompostura

Tua ilibada formosura

Que tenta me amolecer

Sou essa sobra

Essa sopa de manobra

Essa massa que se sova

Para te favorecer

Um ser vivente

Penitente

E servil

Mais um filho dessa Pátria

Que um dia me pariu

Eu sou

Mais um poeta que muge:

Amurrr!!!

Fruto do ventre

Da mistura dessa gente

Do nordeste mais valente

Brasileiro do Brasil

Pobre poeta

Sem dinheiro com pecado

Mugindo como muge o gado

Na esperança da manhã

Abra as porteiras

Que o poeta vai cantando

E com o mundo se encantando

Mesmo carregando a cruz

Ferro em brasa

Deixa a marca do patrono

Mas o poeta não tem dono

E foge pra amplidào

Deixa fazenda

A riqueza

Vira lenda

A emoçào é sua renda

Tecida no coração

Eu sou

Mais um poeta que muge:

Amurrr!!!

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 02/07/2019
Reeditado em 03/07/2019
Código do texto: T6686899
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.