Continua Assim
Quando a luz
Mira os teus cachos
Assim pela manhã
Tanto produz
Tempestade, o raio
De Iansã
E no primeiro
Piscar dos olhos teus
Encontro estrela cadente
E no espelho
Olhar o corpo seu
Enquanto espreita dormente
Pode não ser pra ficar
Posso não ter pra esperar
Mas se vier será
Posso não ver pra ouvir
Posso esquecer pra sumir
Mas se quiser fugir
É mês de Julho
E o vento corre solto
Em teus pelos
Talvez lhe curo
No assento dorme envolto
Em teus seios
E no compasso dois por quatro
Corpos em contração
E no espaço pequeno do quarto
Votos em construção
Mão na boca pra abafar
O que o rosto vai revelar
Não dá pra disfarçar
Se lhe faltar o ar aí
Eu te empresto o meu daqui
Pra gente continuar assim