O senso a dor e só

Agora que já dançou, riu e se divertiu,

Sabe que o inverno não tarda

Se sabe, pois, ontem provou

O gosto amargo nesse sangue frio

Estimula o tédio em estar vivo

Cantou a paz aos berros

Sendo salvo por um segundo de silêncio

Faz do do medo nosso novo critério

Calo em paz, sem vontade nem consenso

E vejo na sua volta o verter de luz

Aquela distorção de quem já me tornei

Parei para olhar o que já fui

E era voz

Alguém

E ressoar, desespero

A vontade de ser cada dia bem pior

Até acabar, o desterro

De ver e ter o senso a dor e só

Saio da profundeza de um verso triste

Para dentro desse gelo que se aqui faz

Cada hora em que acredito

Que poderia ser melhor

Mas desisto e vivo um outro dia mais

E vejo no cinza

O tom de outro sol a levantar

Lágrima que nunca pode eclodir

Talvez lhe diria

Fosse importante ser e não lembrar

Um motivo para ver algo ruir

E vejo na sua volta o verter de luz

Aquela distorção de quem já me tornei

Parei para olhar o que já fui

E era voz

Alguém

E ressoar, desespero

A vontade de ser cada dia bem pior

Até acabar, o desterro

De ver e ter o senso a dor e só

Se não por mim

Por mais nada

Pela raiva, o desespero ao redor

Se não por mim

Por mais nada

Pela dor de ser o medo e o ódio em nós

Australis
Enviado por Australis em 02/06/2019
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