VELHO UMBUZEIRO

Arrancaram o velho umbuzeiro do sertão

Mas lá deixaram suas raízes

E plantaram no seu coração

Um punhado de dores e de cicatrizes

A cidade grande hoje é sua prisão

Pois lá nem mesmo seus versos são livres

Hoje o som da sua viola

Ecoa um choro de saudade dos dias felizes

Ele já foi riqueza no sertão

Hoje é árvore quase em extinção

Ele é só mais um velho moribundo

Desprezado por todo mundo

Arrancado do seu chão

É triste quando vejo seus frutos

Brigando feito brutos animais

Ele lamenta, sente seus galhos rachados

Quebrados, esturricados por já não terem paz

Pra ele sentir alegria

E acabar toda a sua agonia

Só se seus frutos encontrarem

A harmonia que já houve ali um dia

Só se ele voltar a ter

A paz lá do sertão

E a correção da covardia.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 25/04/2019
Código do texto: T6632183
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