VELHO UMBUZEIRO
Arrancaram o velho umbuzeiro do sertão
Mas lá deixaram suas raízes
E plantaram no seu coração
Um punhado de dores e de cicatrizes
A cidade grande hoje é sua prisão
Pois lá nem mesmo seus versos são livres
Hoje o som da sua viola
Ecoa um choro de saudade dos dias felizes
Ele já foi riqueza no sertão
Hoje é árvore quase em extinção
Ele é só mais um velho moribundo
Desprezado por todo mundo
Arrancado do seu chão
É triste quando vejo seus frutos
Brigando feito brutos animais
Ele lamenta, sente seus galhos rachados
Quebrados, esturricados por já não terem paz
Pra ele sentir alegria
E acabar toda a sua agonia
Só se seus frutos encontrarem
A harmonia que já houve ali um dia
Só se ele voltar a ter
A paz lá do sertão
E a correção da covardia.