Mofo
Tem certas verdades que são escondidas por trás da porta,
algumas outras, varridas pra debaixo do tapete.
Por tudo isso, só me resta a pergunta:
Qual é a tua verdade?
O que desperta a tua sede?
De manhã hastearam a bandeira,
mas o céu estava cinza.
Todos os domingos são sempre assim,
não me dão opção.
Ou vai pro culto,
ou à missa.
Estou cansado,
não quero!
Tá rolando a preguiça...
Nas paredes do meu quarto fica este tédio,
não tem tinta nova.
Nem posso ir lá fora...tudo vazio!
Até meu coração.
Mas você insiste que o mito voltou.
Que o mofo é a nossa esperança.
Todos os dias ouço a mesma coisa,
o mesmo blá blá blá...
Guarde o teu discurso,
não vou te escutar.
Ainda assim,
você repete:
Acesse ao celular;
ligue a TV,
se prenda na rede.
Será que você não me entende?
Todo este vazio esta me revoltando.
Porque eu quero mais,
necessito de cores.
Tardes nos parques,
novos amores.
Quero passear com o presente...
Mas, onde ele está?
Você o levou...
Às vezes penso que tudo seja um pesadelo,
não vejo mais nada.
Sou um tijolo pra compor o teu muro,
uma sombra no espelho.
A corda.
Acorda!
Tirem-na de mim.
A corda.
Acorda!
Quero ir pro futuro....
Filho,
o passado é a nossa grande invenção da História.
É tudo o que te espera.
Alegre-se,
breve traremos a guerra.
Autor: Francisco de Assis Dorneles