PEDRAS DE SAL ( Antônio Célio )
PEDRAS DE SAL
Eu venho das docas do cais do porto
Guiado pela sorte de bêbados e náufragos
Sem tempo sem vestes medos ou desejos
Trazendo apenas as incertezas do mar
Eu venho da noite de um solo estrangeiro
Com luas veleiros e pedras de sal
Refazendo com as cinzas as lenhas das lareiras
Abrindo os olhos como delicados cristais
Quando a noite dormir
Quando o dia acordar
Quando o vento do norte soprar
E trouxer de volta as cores de abril
Aí então serei dono de mim
Nunca mais um errante sem pátria
Quero dormir nos braços da morena
E sentir o calor e a certeza da chegada