Chuva no Sertão
Raimundo Edmário Guimarães Galvão
Francisco Alber Liberato
Antonio Rodrigues Filho
Onde era chão ressequido
Tem agora água corrente
E o sertão agradecido
Não se contém de contente
O lavrador, com sua enxada
Sua cabaça, seu Machado
Bem antes da alvorada
Vai alegre pro roçado
Retirando seu chapéu
Obedece ao coração
Gesticula para o céu
Sussurrando uma oração
Onde era chão ressequido
Tem agora água corrente
E o sertão agradecido
Não se contém de contente
Acredita que sua prece
Fez chover naquele dia
Tão contente agradece
Numa incontida alegria
Pois a chuva no sertão
Será sempre comovente
Como a chegada do irmão
Que há muito esteve ausente
Onde era chão ressequido
Tem agora água corrente
E o sertão agradecido
Não se contém de contente.