SINAL FECHADO
Voa que passa ligeiro
tempo que não tem arreio,
desembestado e sem freio
sem princípio, fim nem meio,
que não respeita ninguém,
que nem espera o abraço,
que desnorteia o compasso,
e desdenha o querer bem.
Esvaindo de repente
ruindo os sonhos da gente
passa assim tão simplesmente
sem nos dar tempo pra nada.
Feito flecha em disparada
num instante evapora.
Assim como veio parte
sem despedir vai embora.
esquecendo a luz acesa,
deixando a chama apagada,
a comida sobre a mesa,
sem nos dar tempo pra nada.
Deixa ofuscado o olhar,
silencioso o coração,
a desculpa por pedir,
o pecado sem perdão.
Passa o tempo tão ligeiro
sendo ele o passageiro
e o condutor de si mesmo,
sem semáforo e sem medida
feito fumaça exaurida
vai passando assim à esmo,
por tantos caminhos ermos,
sem parar na encruzilhada,
vai passando o tempo enfim
sem nos dar tempo pra nada.
Saulo Campos- Itabira MG