SINAL FECHADO

Voa que passa ligeiro

tempo que não tem arreio,

desembestado e sem freio

sem princípio, fim nem meio,

que não respeita ninguém,

que nem espera o abraço,

que desnorteia o compasso,

e desdenha o querer bem.

Esvaindo de repente

ruindo os sonhos da gente

passa assim tão simplesmente

sem nos dar tempo pra nada.

Feito flecha em disparada

num instante evapora.

Assim como veio parte

sem despedir vai embora.

esquecendo a luz acesa,

deixando a chama apagada,

a comida sobre a mesa,

sem nos dar tempo pra nada.

Deixa ofuscado o olhar,

silencioso o coração,

a desculpa por pedir,

o pecado sem perdão.

Passa o tempo tão ligeiro

sendo ele o passageiro

e o condutor de si mesmo,

sem semáforo e sem medida

feito fumaça exaurida

vai passando assim à esmo,

por tantos caminhos ermos,

sem parar na encruzilhada,

vai passando o tempo enfim

sem nos dar tempo pra nada.

Saulo Campos- Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 03/02/2019
Reeditado em 03/02/2019
Código do texto: T6566245
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