CADÊ A LUA
A noite reclama / A lua não está / Bate à porta
Começa a esbravejar...
Mas é em vão... / solidão.
Poeta chora / A lua não está / Seu bem implora / Por versos a cantar...
Mas é em vão... / solidão.
Mas o que é certo / Ela descansa lá / Basta olhar.
Fato verdadeiro é que preciso tocar nessa luz que me vê por inteiro.
Seja um quarto, seja crescente, que banhe em mim e me limpe no ato
Que venha cheia ou quase nova,
Não importa a estrela em que esse lume vagueia.
Astronauta diz que a lua não está / Tá na rabeira da nave espacial
Feliz no vão... da imensidão.
O lobo uiva / Mas a lua não está / só na matilha, berra ao luar
Mas é em vão... solidão.
Mas o que é certo / Ela descansa lá / Basta olhar.
Já que sou de lua e luzes desfruto, danço com o toque que seu luar insinua.
Me troco, me lanço, reflexo difuso da base nua e crua
Que seja alto, que beire o infinito, nada é mais que seu brilho
Na sombra do meu grito.