SEM SAMBA, NÃO VIVO.
Acordo cedo,
Vejo a Vila lá do alto,
O orvalho no asfalto,
Tamborim a repicar.
Saio pra luta,
Encaro duro o batente,
Sou escravo sem corrente,
Preso no céu azul do mar.
Essa é a sina
De todo peão de obra,
Que na marmita leva a sobra
Do almoço e do jantar.
Vida sem conto de fadas.
Vida sem eira nem beira.
Vida de cartas marcadas.
Viver sem samba é besteira.
Vida de espera é esperança.
Viver em guerra é castigo.
Vida de velho é lembrança.
Viver sem samba, não vivo.
À noite em casa,
Beijo a mulher sorridente;
Que me diz toda contente:
- To esperando um filho seu.
No mesmo instante,
Eu sou só felicidade,
E compartilho a novidade,
Para o mundo de Deus meu.
Me sinto um rei
Na avenida, que desfila.
Pois ninguém dentro da Vila,
Hoje, é mais feliz que eu.
Vida sem conto de fadas.
Vida sem eira nem beira.
Vida de cartas marcadas.
Viver sem samba é besteira.
Vida de espera é esperança.
Viver em guerra é castigo.
Vida de velho é lembrança.
Viver sem samba, não vivo.
Mesmo cansado,
Meu sorriso é bem farto,
Com os amigos eu reparto,
Meu barraco é um doce lar.
Na roda de bamba,
Canto e brinco sem maldade,
Sou parceiro da verdade,
Deixo o coração falar.
Não tenho tempo
Pra fuxico nem intriga,
Sou do bem, não quero briga,
Pois só tenho amor pra dar.
Vida sem conto de fadas.
Vida sem eira nem beira.
Vida de cartas marcadas.
Viver sem samba é besteira.
Vida de espera é esperança.
Viver em guerra é castigo.
Vida de velho é lembrança.
Viver sem samba, não vivo.
Dou bom exemplo,
Para todos que conheço,
E nem sei se eu mereço,
Tanto amor e devoção.
Mantenho a fé
Renovada todo dia,
E procuro com alegria,
Ser o fiel de um cidadão.
Pois nessa vida,
Todo mundo é um convidado,
Que já nasce abençoado,
Pelo Pai da criação.
Vida sem conto de fadas.
Vida sem eira nem beira.
Vida de cartas marcadas.
Viver sem samba é besteira.
Vida de espera é esperança.
Viver em guerra é castigo.
Vida de velho é lembrança.
Viver sem samba, não vivo.
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