Amor Repentino

Roupas jogadas e amassadas na gaveta sem cabideiro e sem passar

Uma velha mesa no quintal mas que falta plantas para ornamentar

Tua presença já foi discreta hoje castiga é o meu penar

Sem comida e nada na panela da fruteira a cenoura já foi pra goela

Só cebolinha, garrafa d'água e salsinha na geladeira

Sem abraço, sem beijo e sem bolonhesa

Não falo nada só lembro do seu cozido

Lembrando pareço até um falso mendigo

Calado, vivendo mal assombrado só Deus pra curar esse mal entendido

Dá muita fome e muita saudade da minha Preta

Eu choro um amor que foi repentino

Lembranças da porção de camarão, teu beliscão me fez comer certinho

No tempo que a gente ia lá no pastel ou comer milho perto do moinho

E agora sozinho com a penteadeira escrevo versos mais que dolente

Tentando esquecer esse tempo todo

Em que fui preguiçoso e todo dependente

É por isso que também me vejo gordo, estou fraco, triste e impotente

Preciso mesmo é de um analista pra analisar o que há na minha mente

Quem sabe um bom direcionamento pra acabar com todo esse tormento

Voltar a fazer o velho exercício, exercício do corpo da alma e da mente

Exercício que vai me ajudar, voltar a ser um homem consciente

Paulo Poba e Suzana Costa
Enviado por Paulo Poba em 21/12/2018
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