Amor Repentino
Roupas jogadas e amassadas na gaveta sem cabideiro e sem passar
Uma velha mesa no quintal mas que falta plantas para ornamentar
Tua presença já foi discreta hoje castiga é o meu penar
Sem comida e nada na panela da fruteira a cenoura já foi pra goela
Só cebolinha, garrafa d'água e salsinha na geladeira
Sem abraço, sem beijo e sem bolonhesa
Não falo nada só lembro do seu cozido
Lembrando pareço até um falso mendigo
Calado, vivendo mal assombrado só Deus pra curar esse mal entendido
Dá muita fome e muita saudade da minha Preta
Eu choro um amor que foi repentino
Lembranças da porção de camarão, teu beliscão me fez comer certinho
No tempo que a gente ia lá no pastel ou comer milho perto do moinho
E agora sozinho com a penteadeira escrevo versos mais que dolente
Tentando esquecer esse tempo todo
Em que fui preguiçoso e todo dependente
É por isso que também me vejo gordo, estou fraco, triste e impotente
Preciso mesmo é de um analista pra analisar o que há na minha mente
Quem sabe um bom direcionamento pra acabar com todo esse tormento
Voltar a fazer o velho exercício, exercício do corpo da alma e da mente
Exercício que vai me ajudar, voltar a ser um homem consciente