ALMA LAVADA

ALMA LAVADA

nada existe de eterno

até mesmo o amor materno

por vezes, todo se esvai,

ferida não se cutuca,

a realidade machuca,

a fruta madura cai.

levei porradas e tombos,

no porão dos meus escombros

o meu tudo é quase nada,

vou sangrar minha poesia

na sagrada confraria

dos poetas da calçada.

de que lhe serve a poesia?

perguntou-me outro dia

o meu fantasma camarada,

"- pra enfrentar meu amigo

as lâminas do perigo,

e morrer de alma lavada!"

AC De Paula #poetaacdepaula #acdepaulaescritor

AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 20/12/2018
Reeditado em 20/12/2018
Código do texto: T6531565
Classificação de conteúdo: seguro