ENTRADA PROIBIDA
Ainda posso ver a juventude no teu rosto,
mas como esconder tanto desgosto já nem sei,
pensei tantas coisas tolas sem sentido
são tantos desenganos pela estrada, que cansei,
porém não cruzo os braços a dar risada
nem deixo minha vida escancarada, isso não,
pus uma placa entrada proibida
na porta fechada do meu coração.
Amar ainda é preciso e com razão
mas as vezes a cura vem com contraindicação.
Por dentro ainda sou jovem, apenas um menino,
numa luta ferrenha contra as coisas do destino.
E enquanto a mente atina alerta e sorridente
o corpo desatina sempre a zombar da gente.
Se busco descontente uma nova canção,
já não encontro alento nesse coração cansado
de bater dia e noite retumbando tão sozinho,
se fui ou não feliz, busco, mas não acho a resposta.
Olho na estrada, em vão, meus rastros se apagaram,
só vejo a poeira e como é longo esse caminho.
Adeus, adeus, adeus,
sonhos que deixei e não sei onde
perdi a juventude que desviou de mim
enquanto eu corria enfim, pra não perder o bonde.
Saulo Campos - Itabira MG