FUMAÇA
Abra o olho / Sinta o eco.
Talvez perca a cabeça
Solta no vento / dentro fumaça
Olhos criança / Lá fora mordaça.
Então o olhar se abre
Pode ser até que agarres
Os toques e os jantares
Até aqueles sais dos mares.
Mata cabeça / cabeça dos outros
Outros se alegram / alegria de risos
Untados de gritos / unidos de ritos.
O corpo nas cinzas largado
Trêmula a língua no asfalto
Presa na boca refém dos dados
Simplesmente canta um fato,
As linhas já estão no prato
Cozinhando o que é raro
Onde há fumaça, há fogo
Tudo na vida não passa de um jogo.