VENTO DO SERIDÓ
O calor da cidade
Espantou meu frio
Entre doses
E vestidos de cetim,
Do outro lado da vida
Eu vejo a maneira febril
Em que me encontro assim.
(Refrão)
Vento do seridó
Mais uma vez assovia
Sob as rachaduras
Da terra seca
E do meu ser,
Vento do seridó
Minha única companhia
Que vai estar lá
Quando eu morrer.
Eu ouvi um chamado
De histórias e lendas
Vindas do acauã
E nos passos ariscos
Eu deixei meus riscos
Para serem apagados
Pela a poeira morna
Da manhã.
(Refrão)
Vento do seridó
Mais uma vez assovia
Sob as rachaduras
Da terra seca
E do meu ser,
Vento do seridó
Minha única companhia
Que vai estar lá
Quando eu morrer.
O eco das palavas
Apontadas para o oeste
Conduzia meu egoísmo
Por urubus e carcaças
Pela linha da ganância
e da desgraça
Nas nuvens do pó de Adão,
Respostas nunca reveladas
Foram então faladas;
"A riqueza de um homem
Não está no ouro de Lampião".
(Refrão)
Vento do seridó
Mais uma vez assovia
Sob as rachaduras
Da terra seca
Do meu ser,
Vento do seridó
Minha única companhia
Que vai estar lá
Quando eu morrer.