VanderVieira-ChicoDoCrato-OamorÉpoesiaFísica
VanderVieira-ChicoDoCrato-OamorÉpoesiaFísica
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ChicoDoCrato-Música, Voz, violão, Sintetizador, Arranjo, Mixagem e adaptação do poema de Vander Vieira(*)
Audacity, 110 Ritmo 077+50 em Ré -. Gravação caseira. Gravar em estúdio
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Quem não ama não sofre:
não perde noites de sono,
não se atordoa em pensamento,
não vive a angústia da distância,
do tempo, da saudade...
(ah, a saudade! que sentimento cruel!
maldita língua portuguesa!
maldita emoção sem razão
que vem ninguém sabe donde
e vai em direção a um só porto:
o que a criou, a fonte donde
brota esse anseio irreprimível,
que vaza, irrecuperável,
indelicado)
Quem não ama não sofre:
vive sem sofreguidão
como num filme sem guião;
os odores, imagens ou palavras
não remetem a nada,
não há nada a não ser o que são;
nada de símbolos!
nem se calhar.
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Mas às vezes calha de amar:
aí não tem jeito:
o céu, o sol, o mar
tudo fica reduzido a detalhes
e retalhos de imagens, palavras
símbolos e odores:
tudo remetendo ao mesmo ser
quando calha de amar
há uma precipitação metafísica
do espírito que quer transbordar
e pular fora da margem
e viver só de um sofrimento
entre outros tantos sentimentos
quando pulula o coração de amar o homem descobre
que a tão gasta expressão:
um aperto no peito
não tem nada de licença poética,
não é fingimento, lírica ou romantismo:
é coisa física que arde, dói,
não pede licença
mas conforta e apraz
demasiadamente;
um doce azedume...
O amor é poesia
(*)'JOSÉ VANDER VIEIRA DO NASCIMENTO
Vander Vieira é poeta e mineiro do interior, da cidadezinha de Mesquita. Filho do Luiz e da Eunice há 24 anos, escolheu viver em Vitória no já longínquo ano de 2008. Estudante de Filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo teve, ao longo do ano
de 2013, poemas publicados em sites e revistas literárias como a lusófona Samizdat e a piauiense Desenredos.